segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ELEIÇÕES GERAIS - Frelimo e Guebuza virtuais vencedores

A FRELIMO, nas legislativas, e Armando Guebuza, nas presidenciais, são os virtuais vencedores das eleições de 28 de Outubro último quando estão contabilizados os votos de pouco mais de 85 por cento das 12 804 mesas nos 13 círculos eleitorais que compreendem as 11 províncias, mais a África e a Europa. Uma vez concluído o processo de apuramento provincial, cujos dados são divulgados a partir de hoje, segue-se a centralização da informação para a Comissão Nacional de Eleições que tem quinze dias, contando da data das eleições, para anunciar os resultados.
Com efeito, quando estavam processadas 11 357 mesas de um total de 12 595 (89,43 por cento) o candidato presidencial da Frelimo, Armando Guebuza somava 2 624 564 votos (76,25 por cento), Afonso Dhlakama com 513 746 votos (14,93%25). Daviz Simango 303 585 (8,82 por cento).
As províncias cujo apuramento já atingiu 100 por cento, são nomeadamente as de Inhambane, Maputo e Manica que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato. As restantes províncias atingiram já um nível de processamento que varia de 69,59 (Tete) a 99,69 por cento (Sofala).
Dos dados referentes à província de Inhambane nas eleições para a presidência, Armando Guebuza somou 233 090 votos (86,51 por cento), quando tinham sido escrutinadas a totalidade de 868 mesas. Segue Daviz Simango que totalizou 20 809 votos (7,72 por cento) e Afonso Dhlakama com 15 526 (5,76 por cento). Na mesma província, o partido no poder soma para a Assembleia da República 207 989 votos (82.37 por cento), contra 18 991 do maior partido da oposição nacional (7,52 por cento).
No círculo eleitoral de Manica e numa altura em que foram já processadas a totalidade das 847 mesas, a Frelimo figura em primeiro plano contando com 181 727votos (70,76 por cento) e a Renamo com 63 774 votos (24,83 por cento). Armando Guebuza ganha com 183 011 votos (70,15 por cento), Afonso Dhlakama em segundo lugar com 58 222 votos (22,32 por cento) e Daviz Simango na terceira posição com 19 663 votos (7,54 porcento).
Na província do Maputo, quando estavam escrutinadas um total de 848 mesas (100 por cento) Armando Guebuza arrecadou um total de 227.425 votos seguido de Daviz Simango com 26 577 votos (10,02 por cento) e Afonso Dhlakama com 11 322 votos. A Frelimo ficou com 230 551 votos (88 por cento) a Renamo 21 103 (8,07 por cento).
Dados do maior círculo eleitoral, Nampula, onde já tinham sido contabilizados pouco mais de 90 por cento das mesas (1958), Armando Guebuza continua o candidato mais votado com 31 4851 votos (68,82 por cento) seguido de Afonso Dhlakama com 116 442 votos (25,45 por cento) e Daviz Simango com 5,73 por cento da tendência, correspondente a 26 231 votos. Nas legislativas, a Frelimo assume a liderança com 360 638 votos e a Renamo com 151 981 (27,89 por cento).
A mesma tendência de voto foi manifestada pelos moçambicanos no resto do país. Dados referentes a África, do círculo eleitoral do estrangeiro, dão conta que quando estavam apuradas 69,07 por cento de um total de 97 mesas, o candidato da Frelimo seguia em frente com um total de 38 339 votos, seguido de Dhlakama com 685 e Simango com 651. A Frelimo monopolizou a atenção dos votantes que depositaram a seu favor um total de 35 285 votos (92,02 por cento), seguido da Renamo com 2 636 (6,87).
No resto do mundo a Frelimo arrecadou na totalidade das sete mesas, 630 votos (84,79 por cento) e a Renamo 63 (8,48 por cento). O candidato da Frelimo arrecadou 598 votos, Daviz Simango 136 e Dhlakama 24.

Fonte: Notícias de 2 de Novembro de 2009

PS: A criação do MDM serviu para fragmentar a oposição e fortificar a Frelimo.

Nunca antes a Frelimo tinha vencido em todo o território nacional...espantam-me a vitória da Frelimo em Sofala no geral e em particular em Maríngué (base da Renamo) e Machanga (terra natal do Daviz)

4 comentários:

Anónimo disse...

E haviam pessoas que diziam que o Daviz iriam a segunda volta.

Agora tenho a certeza que muitos bloguistas escrevem a partir do exterior e não têm noção da revolução que os 7 milhões criaram.

Carlos Soares Vilanculos

Nunoamorim disse...

Caro Carlos Soares Vilanculos, espero que não seja o piloto da LAM, bem vindo a um dos espaços mais críticos e simultaneamentre mais criticados da bologosfera.

A ideia da segunda volta não passava duma estratégia de campanha e em psicologia chama-se tentativa de inducção colectiva ao erro.

Todos vimos o Mussá, na tv MiraMar, a dizer que o Daviz seria o segundo mais votado e que teriamos a segunda volta.
Isso so mostra o tipo de políticos que temos na oposição...pessoas que não se importam de enganar deliberadamente o povo.
Pessoas que utilizam a imprensa para defender interesses obscuros.

Mentiram em relação a sua exclusão, voltaram a mentir em relação as sondagens e acredito que voltarão a mentir.

Por falta duma oposição credível, a Frelimo vai tendo vitórias cada vez mais folgadas.

Pela primeira vez na sua história ganhou a escala nacional.

Nuno

Nelson disse...

“Todos vimos o Mussá, na tv MiraMar, a dizer que o Daviz seria o segundo mais votado e que teriamos a segunda volta.
Isso so mostra o tipo de políticos que temos na oposição...pessoas que não se importam de enganar deliberadamente o povo”

Caro Nuno vamos lá olhar as coisas de forma “isenta”. Não achas que o Ismael tinha a liberdade de dizer oque ele acreditava(desejava)? Existe mesmo mentira alguma nisso! Podemos sabiamente dizer que Mussa subestimou os adversários, podemos dizer que avaliou mal a realidade, podemos dizer que sonhou alto demais mas não acho sábio falarmos que ele mentiu. E basta repararmos que os resultados das eleições não dependem da vontade de Ismael Mussa para entendermos que oque ele disse era um mero desejo.

Nunoamorim disse...

Caro Nelson,
concordaria plenamente consigo se ele não dissesse que tal desejo/crença baseava-se numa sondagem publicada no blog do Prof. Serra e que teve mais de 2000 participantes.

Nunca uma sondagem feita no diario de um sociologo teve mais de 100 participantes, quanto mais 2000.

Mussá tinha a liberdade de dizer que acreditava na segunda volta, mas nunca argumentar que tal desejo era com base em sondagens "ficticias".

Nuno