segunda-feira, 29 de março de 2010

Doadores substituem a oposição

Caros Leitores,
para comentários, passo a apresentar o texto da minha amiga e analista Rossana Fernando.
Ela faz uma análise muito crítica relativamente ao papel dos doadores em Moçambique, em particular o G19.

Sem mais, apresento o texto na íntegra.

"Moçambique conta de há uns tempos para cá com um novo partido político: Doadores de Moçambique, ou DM, se os órgãos competentes aceitarem que a sigla não conflitua com a do Diário de Moçambique. Mas por aquilo que nos deu a entender já, o DM vai exigir flexibilidade da lei moçambicana para manter a sua sigla porque lhe dá a necessária paternidade do MDM. O protagonismo político do DM é tão forte e visível que nem essa coisa de Direito Moçambicano ou de Direito internacional respeita quando se trata de defender o seu filho ou enteado se a paternidade que a Renamo Um reclama. A sociedade civil que registava algum crescimento no debate patriótico e inclusivo corre o risco de ser ofuscado pela aliança DM-MDM.
Quem está satisfeito com a ingerência externa já se manifestou na imprensa o MDM através do mano do Daviz, o Lutero Simango, indicado, não eleito, como se diz por ai, membro da Comissão Política do MDM, pouco antes da realização da sessão do partido da sua família, pelo menos assim disse o Jornal Zambeze. Mas ele confirmava o que ja era conhecido: seu irmão quando fundou o partido fez a sua primeira digressão não pelas províncias mas pela Europa para apropriar-se das bases que outrora tinham sido da Renamo e pedir autorização para resgatar as células partidárias da Renamo nas embaixadas em Moçambique. Quem esteve em Chiúre com Daviz Simango para a abertura da sua campanha eleitoral no dia 13 de Setembro de 2009? Julian Mpiri, do Movement for Democratic Change, de Morgan Tsivangirai, do Zimbabwe, MDC, não será outro filho do MD? As siglas não são aparências por isso não iludem nem são coincidências inócuas!
Importa salientar que para reforçar a veia familiar, o Lutero foi indicado coordenador da Bancada do MDM. A isso não está alheio o fato do MDM poder formar bancada e o irmão mais velho do Presidente ter acesso as regalias que a Assembleia da Republica confere aos chefes da bancada, nomeadamente: mercede benz protocolar, motorista, ajudante de campo, residência, subsidio de representação, etc.
Muito antes da AR se iniciar o DM já exigia que o Governo se comprometesse a mudar o regimento .... da AR!!! Mas o DM não parou por ai: disse que era preciso o governo instruir a AR a rever a lei eleitoral, coisa que foi sempre feita pela AR, desde as primeiras eleições multipartidárias: recordou-os o Presidente Guebuza quando conferiu posse aos deputados. Repetiu-o a Presidente da Assembleia da Republica Verónica Macamo.
Ha mais coisas interessantes: alguns membros do DM foram incontestáveis simpatizantes da Renamo antes de formarem o seu MD e antes de Dhlakama ser metido na garrafa pela Mutiyana de Nampula. Hoje vemos que alguns membros do MDM também foram membros da Renamo antes de o DM dar parto ao MDM. São metamorfoses interessantes, ou não são?
Quando ouvi falar dos encontros entre MD e o Governo lembrei-me das cimeiras Chissano-Dhlakama do ano 2000. Ontem como hoje a mensagem era a mesma: o povo que votou não sabe nada, enganou-se. Nos podemos re-arrumar tudo aqui nesta sala.
Alguns dos que integram o DM nem sequer atingiram estatuto de embaixador, outros estão na sua primeira missão em Moçambique, outros estão lá por solidariedade porque em cafés não parecem partilhar do que DM defende. Quanto tempo levou os EUA para apagar o infame Denis Jet? Quanto tempo levara agora a aparar a imagem do Tod Chapman? Quanto tempo a Finlandia vai precisar mudar a imagem que o seu Embaixador criou ao liderar o DM?
O DM, mostrando a sua veia paternalista em relação ao MDM, entrou em rota de colisão com o grupo de embaixadores que defendiam que as eleições foram justas, livres e transparente. Essa colisão foi mais visível aquando da publicação do relatório da missão dos observadores da União Europeia. Os observadores foram obrigados a refazer o relatório inicial para poder acomodar as pretensões do DM.
Estamos gratos pelo apoio que os parceiros, e não o DM, nos prestam. Continuem a ir em massa para a Beira para as sessões de solidaridade e de concertação entre DM e MDM e ate levem para la os vossos dignatarios. Isso não é problema. Mas para nos ficou a lição de que afinal podem-nos humilhar em publico e violarem tudo o que o que são regras de relacionamento entre Estados e nome dessa aliança DM-MDM.

Nós eleitoras e leitores Moçambicanos recordamos que o DM não tem direito a voto, votam os Moçambicanos e o MDM não deve brincar com aqueles como nós que ainda defendemos que o voto é secreto. Pena que as nossas obrigações da vida não nos permitam estar no grande Maputo para falar mais alto, pena que aqui onde as comunicações e o desenvolvimento ainda têm grandes desafios, esta mensagem de partidos ofuscados por DM´s não chegue a tempo de se fazer a justiça do voto no momento oportuno. Mas saibam que estando nós em Nhamatanda ou Gorongosa, em Ruanda ou na Mongólia, estamos atentos." Rossana Fernando

quinta-feira, 25 de março de 2010

FACEBOOK: ASSUSTADOR

Repasso conforme recebi, é realmente aterrador.

repassando . . .
É por esta e outras que não me associo ao Orkut, ao Facebook, ao Hi5. Na internet cada dia se prova mais, que o mau uso dela pode causar muitos danos.Todo cuidado é pouco! Repasso o artigo do jornal espanhol porque é de grande utilidade. É fácl de entender. Ninguém tem nada perder ( nem tempo!) lendo o artigo abaixo.
Por estas e outras, é que ninguém deve dar informação verdadeira, nem nomes, idades, locais, fotos , etc, nem os endereços nos sites como Facebook, Hi5, Myspace, Orkut, Sonico, Twitter, etc.


FACEBOOK: assustador

Verdade sobre o Facebook:
Se possível leiam, mas pelo menos não deixem de ver o filme. Está em castelhano, mas percebe-se bem. E sobretudo, mandem aos vossos contactos.
Vejam só o que são as redes, ditas "sociais"...

Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=xzTgIdNW6lg
LASTIMOSAMENTE LAS COSAS BUENAS QUE UNOS HACEN, OTROS LA APROVECHAN
PARA HACER EL MAL....

Esta semana en la televisión hubo reportaje todos los días con Joaquín López Dóriga (periodista mexicano) sobre Facebook, Hi5, Myspace, Orkut, Sonico, Twitter, etc y lo peligroso que son. Viene un reportaje diario en el periódico MILENIO, sobre como los secuestradores tienen como fuente de información directa y confiable los blogs, el Facebook y el Hi5.

Entrevistaron a unos secuestradores y dicen que entran a la red y ven los ROSTROS, la casa, los carros, las fotos de viaje y saben el nivel social y económico que tienen quienes ahí aparecen. Ya en televisión uno de ellos había declarado que antes batallaban mucho para reconocer a los candidatos a secuestros, pero que ahora con el Facebook y la información que ponemos voluntariamente en la red, ya no se confunden ni tienen que investigar en donde viven o en qué escuela estudian y a donde viajan y quiénes son sus papas, hermanos y amigos.. Eso pasó con Alejandro Martí (joven mexicano muerto por sus secuestradores) que de todo ponía. La familia acaba de cerrar
su blog después de darse cuenta de la cantidad de información potencialmente peligrosa que el joven había puesto ahí con alegría y sin sospechar que estaba armando a quienes lo mataron. Protejan a sus hijos y protéjanse ustedes; ya no pongan información peligrosa en la red.

LA VERDAD SOBRE 'FACEBOOK'

Facebook está vendiendo la información de sus usuarios al mejor postor. Cito textualmente: 'Lo que muchos usuarios no saben es que de acuerdo a las condiciones del contrato que virtualmente asumen al hacer clic en el cuadro 'acepto', los usuarios le otorgan a Facebook la propiedad exclusiva y perpetua de toda la información e imágenes que publican.'
De hecho, resalta el experto, los afiliados 'automáticamente autorizan a Facebook el uso perpetuo y transferible, junto con los derechos de distribución o despliegue público de todo lo que cuelgan en su página Web.'
Los términos de uso le reserva a Facebook el derecho a conceder y sub-licenciar todo 'el contenido del usuario' a otros negocios.
Sin su consentimiento, a muchos usuarios les convirtieron sus fotografías en publicidad, transformando un comercio privado en endosos públicos.
De repente todo lo que sus afiliados publicaron, incluyendo sus fotografías personales, su inclinación política, el estado de sus relaciones afectivas, intereses individuales y hasta la dirección de la casa, se envió sin su autorización expresa a millares de usuarios.

Hay que creerle a Mr. Melber cuando asegura que muchos empleadores gringos al evaluar hojas de vida revisan Facebook para conocer
intimidades de los solicitantes. La prueba que una página en Facebook no es para nada privada se evidenció en un sonado caso donde la Universidad John Brown expulsó a un estudiante cuando descubrió una foto que colgó en Facebook vestido de travesti Otra evidencia sucedió cuando un agente del Servicio Secreto visitó en la Universidad de Oklahoma al estudiante de segundo año Saúl Martínez por un comentario que publicó en contra del presidente.. Y para colmo de males, el asunto no termina si el usuario se decide retirar. Aun cuando los usuarios cancelan la membrecía, sus fotos e información permanecen abordo, según Facebook: "por si deciden reactivar su cuenta" Es más, el usuario no es retirado inclusive cuando fallece. De acuerdo a las 'condiciones de uso,' los dolientes no pueden obligar que Facebook descuelgue los datos e imágenes de sus deudos, ya que cuando el finado aceptó el contrato virtual le otorgó a Facebook el derecho de 'mantenerlo activo bajo un status especial de conmemoración por un período de tiempo determinado por nosotros para permitir que otros usuarios puedan publicar y observar comentarios sobre el difunto.'

Sepan los usuarios de Facebook que son partícipes indefensos de un escenario, que los académicos califican como el caso de espionaje más grande en la historia de la humanidad. De paso,se convierten de manera inconsciente en los precursores del fenómeno de "Big Brother is watching you", alusión directa a la intromisión abusiva del estado en los asuntos
privados del ciudadano común para controlar su comportamiento social, tema de una novela profundamente premonitoria escrita en 1932 por el británico Aldous Huxley: 'Un Mundo Feliz' (Brave New World).


Protejam-se,

Nuno Amorim

terça-feira, 23 de março de 2010

Teoria do caos ou falta de racionalidade política? A propósito do insulto de Fernando Veloso.

O caos político, particularmente, protagonizado pela mídia em qualquer parte do mundo, é qualquer coisa exceto fenômeno confortante. Apesar disso, a popularidade repentina do caos na imprensa política em Moçambique, que emerge estranhamente em pleitos eleitorais, em momentos de impasses entre o governo da pátria amada e doadores internacionais provoca cada vez menos efeitos de ansiedade e incerteza (apesar de preocupar). Pelo contrário, chama atenção para a necessidade de um compromisso ético com Estado e com o povo moçambicano. Chama atenção para a necessidade do respeito da ordem e das instituições políticas democraticamente criadas em Moçambique.

Depois de um pleito eleitoral altamente aclamado pelas comunidades nacional e internacional, eis que Moçambique se depara com alguns impasses no processo de financiamento do Orçamento do Estado: uma realidade dura, que vive a maior parte dos países africanos. Até mesmo países seculares europeus (Grécia) vivem tais problemas, ao extremo.

Nessas ocasiões, tal como em ocasiões eleitorais, alguns setores da mídia moçambicana aproveitam-se, e atiram os seus golpes baixos. Golpes muito baixos, falta de respeito e demonstração de insanidade patriótica.

O editorial do jornalista Fernando Veloso demonstra-nos, mais uma vez, que existem pessoas que são capazes de chegar tão longe, para fazer as piores baixezas. À de um infiltrado, mercenário, pessimista e insultuoso, Fernando Veloso nunca foi tão equivocado. Completamente equivocado porque se acha em condições de dar lições de moral insultando aos outros, aliás, a uma nação inteira. Quanta estupidez! Quanta baixeza!

Teoria do caos e mídia política: Moçambique pátria de ladrões?
Cabe lembrar ao jornalista Fernando Veloso, que desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992 (04 de Outubro), Moçambique tem sido visto como uma das maiores histórias de sucesso de reconstrução pós-guerra e recuperação económica em África. O País realizou, pela quarta vez consecutiva, eleições presidenciais e legislativas democráticas em Outubro de 2009 (a Frelimo e o seu candidato Armando Emílio Guebuza, foram declarados vencedores), reafirmando seu compromisso à estabilidade política, governação democratica e reconcialiação nacional. Nesse sentido, Moçambique tem sido mais do que um exemplo, tem sido acima de tudo, uma referência obrigatória.

Será que vamos deitar abaixo todo um país por causa de meia dúzia de corruptos?
O país que o editorial descreve é o mesmo que serve de referência obrigatória no âmbito da reconciliação e reconstrução nacional?
É o país onde vivem Dimas Marrôa, Augusto Paulino, Miguel Cândido (Procurador do Caso Aeroporto), Achirafo Aboobacar (Juiz do caso BCM), o chefe das operações do comando distrital da prm em Nacaroa (recusou suborno na ordem 200mil mts e uma viatura, quando interceptou viaturas transportando centena de emigrantes ilegais). É o pais onde condenam ex-ministros, ex-pcas, secretarios permanentes, administradores distritais e directores provinciais?

O editorial é patético, populista e exagerado...não é por ter meia dúzia de ladrões que vamos considerar que Moçambique é país de ladrões, assim como não é por termos meia dúzia de honestos que vamos dizer que todos moçambicanos são honesto.

Há uma tendência dum determinado grupo no sentido de tentar descredibilizar todo o estado moçambicano...são os mesmos que rebentaram foguetes quando os doadores ameaçaram a nossa soberania

Lembre-se ao referido jornalista, que existem mecanismos universalmente consagrados, que dão aos cidadãos o direito de asilo em países que julgam satisfazerem suas expectativas civis, políticas e sociais. PORQUE NÃO PROCURAR PAÍSES, FIÉIS AOS SEUS SONHOS, AO SEU AMOR, ONDE NÃO HÁ LADRÕES, NÃO HÁ CORRUPTOS, E OUTRAS MALDADES?

Não estaremos perante uma dissonância cognitiva, quando insultamos uma pátria inteira de ladra, e meia volta nos orgulhamos por ter nacionalidade dessa mesma pátria? O jornalista Fernando Veloso sabe do que estamos a falar.

O editorial do jornalista Fernando Veloso é prova de seu cinismo para com a nação moçambicana, é cobarde, e se pretende de finalidade desonesta. Quanta pena responsabilizar pessoas, instituições da sociedade civil, e principalmente, partidos políticos, pelos problemas estruturais de um Estado democrático de direito como Moçambique? Muita pena!

Um conselho para o jornalista Fernando Veloso, é que faça uma reflexão sobre os procedimentos de gestão das instituições públicas, sobre a pobreza, a corrupção, o HIV/SIDA e outros problemas que enfermam Moçambique, dentro de uma perspectiva holística e estrutural. Deve aprender a ter uma abordagem histórico-dialética e imparcial dos factos, e não procurar bodes expiatórios.

Ps. Exijo que o autor do editorial peça desculpas públicas ao povo moçambicano, sob o risco de propor um abaixo-assinado contra o mesmo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

MUNICÍPIO DE DONDO CONSIDERADO MELHOR DO MUNDO

Pelo Comité Internacional de Avaliação dos Municípios.
O Conselho Municipal da Cidade de Dondo, na província de Sofala, foi eleito o melhor a nível internacional, pelo Comité Internacional de Avaliação dos Municípios.
De acordo com o presidente do Conselho Municipal de Dondo, simultaneamente dirigente da Associação Nacional dos Municípios de Moçambique, Manuel Cambezo, a autarquia que dirige foi distinguida, em Dezembro último, num acto que teve lugar em Marrocos, país que acolheu a cerimónia de apuramento. Desta vez, Dondo destacou-se num concurso que contou com a concorrência de mais de 40 cidades de diferentes países do mundo.
A distinção, segundo Cambezo, surge em reconhecimento do bom desempenho das autoridades municipais e dos próprios munícipes na busca de soluções para os problemas que assolam as populações daquele ponto do país, através da governação participativa.
“O envolvimento das comunidades colocou as populações a participarem de forma activa na troca de opiniões com as autoridades municipais, em busca de soluções mais adequadas para todo o tipo de problemas que afligem os munícipes”, congratulou-se Cambezo.
O edil do Dondo, citado pela AIM, revelou que o caminho para esta distinção começou a desenhar-se logo no primeiro mandato, altura em que a edilidade pôs em prática a governação, tendo granjeado a simpatia de municípios de outros países da região e do mundo, o que valeu a sua participação em encontros de troca de experiências.
É assim que o município de Dondo participou em conferências internacionais de troca de experiências que tiveram lugar em Moçambique, Zimbabwe e Brasil.
Em paralelo, o município de Dondo recebeu peritos internacionais que tencionavam avaliar o trabalho que estava a ser desenvolvido, facto que culminou com a atribuição deste prémio que, segundo Cambezo, representa muita responsabilidade.
“Esta distinção é um grande desafio e um feito de grande orgulho, que nos impele a engajarmo-nos mais no trabalho, aperfeiçoando cada vez mais as experiências, estratégias e metodologias de trabalho”, disse Cambezo.
Fonte: pais online, Quarta, 10 Março 2010.

Ps. O Município do Dondo está sendo gerido pelo veterano da Luta de Libertação Nacional Manuel Cambezo.
Cambezo não tem formação superior…isso prova que não precisa ser Doutor ou Engenheiro para dirigir uma instituição do estado. O mais importante é que a pessoa tenha integridade e vontade de servir ao povo.
Espero que não tenha feito o espectáculo gratuito de mobilizar a população para ir ao aeroporto receber o prémio, a semelhança do que era feito pelo Edil vizinho.