terça-feira, 23 de março de 2010

Teoria do caos ou falta de racionalidade política? A propósito do insulto de Fernando Veloso.

O caos político, particularmente, protagonizado pela mídia em qualquer parte do mundo, é qualquer coisa exceto fenômeno confortante. Apesar disso, a popularidade repentina do caos na imprensa política em Moçambique, que emerge estranhamente em pleitos eleitorais, em momentos de impasses entre o governo da pátria amada e doadores internacionais provoca cada vez menos efeitos de ansiedade e incerteza (apesar de preocupar). Pelo contrário, chama atenção para a necessidade de um compromisso ético com Estado e com o povo moçambicano. Chama atenção para a necessidade do respeito da ordem e das instituições políticas democraticamente criadas em Moçambique.

Depois de um pleito eleitoral altamente aclamado pelas comunidades nacional e internacional, eis que Moçambique se depara com alguns impasses no processo de financiamento do Orçamento do Estado: uma realidade dura, que vive a maior parte dos países africanos. Até mesmo países seculares europeus (Grécia) vivem tais problemas, ao extremo.

Nessas ocasiões, tal como em ocasiões eleitorais, alguns setores da mídia moçambicana aproveitam-se, e atiram os seus golpes baixos. Golpes muito baixos, falta de respeito e demonstração de insanidade patriótica.

O editorial do jornalista Fernando Veloso demonstra-nos, mais uma vez, que existem pessoas que são capazes de chegar tão longe, para fazer as piores baixezas. À de um infiltrado, mercenário, pessimista e insultuoso, Fernando Veloso nunca foi tão equivocado. Completamente equivocado porque se acha em condições de dar lições de moral insultando aos outros, aliás, a uma nação inteira. Quanta estupidez! Quanta baixeza!

Teoria do caos e mídia política: Moçambique pátria de ladrões?
Cabe lembrar ao jornalista Fernando Veloso, que desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992 (04 de Outubro), Moçambique tem sido visto como uma das maiores histórias de sucesso de reconstrução pós-guerra e recuperação económica em África. O País realizou, pela quarta vez consecutiva, eleições presidenciais e legislativas democráticas em Outubro de 2009 (a Frelimo e o seu candidato Armando Emílio Guebuza, foram declarados vencedores), reafirmando seu compromisso à estabilidade política, governação democratica e reconcialiação nacional. Nesse sentido, Moçambique tem sido mais do que um exemplo, tem sido acima de tudo, uma referência obrigatória.

Será que vamos deitar abaixo todo um país por causa de meia dúzia de corruptos?
O país que o editorial descreve é o mesmo que serve de referência obrigatória no âmbito da reconciliação e reconstrução nacional?
É o país onde vivem Dimas Marrôa, Augusto Paulino, Miguel Cândido (Procurador do Caso Aeroporto), Achirafo Aboobacar (Juiz do caso BCM), o chefe das operações do comando distrital da prm em Nacaroa (recusou suborno na ordem 200mil mts e uma viatura, quando interceptou viaturas transportando centena de emigrantes ilegais). É o pais onde condenam ex-ministros, ex-pcas, secretarios permanentes, administradores distritais e directores provinciais?

O editorial é patético, populista e exagerado...não é por ter meia dúzia de ladrões que vamos considerar que Moçambique é país de ladrões, assim como não é por termos meia dúzia de honestos que vamos dizer que todos moçambicanos são honesto.

Há uma tendência dum determinado grupo no sentido de tentar descredibilizar todo o estado moçambicano...são os mesmos que rebentaram foguetes quando os doadores ameaçaram a nossa soberania

Lembre-se ao referido jornalista, que existem mecanismos universalmente consagrados, que dão aos cidadãos o direito de asilo em países que julgam satisfazerem suas expectativas civis, políticas e sociais. PORQUE NÃO PROCURAR PAÍSES, FIÉIS AOS SEUS SONHOS, AO SEU AMOR, ONDE NÃO HÁ LADRÕES, NÃO HÁ CORRUPTOS, E OUTRAS MALDADES?

Não estaremos perante uma dissonância cognitiva, quando insultamos uma pátria inteira de ladra, e meia volta nos orgulhamos por ter nacionalidade dessa mesma pátria? O jornalista Fernando Veloso sabe do que estamos a falar.

O editorial do jornalista Fernando Veloso é prova de seu cinismo para com a nação moçambicana, é cobarde, e se pretende de finalidade desonesta. Quanta pena responsabilizar pessoas, instituições da sociedade civil, e principalmente, partidos políticos, pelos problemas estruturais de um Estado democrático de direito como Moçambique? Muita pena!

Um conselho para o jornalista Fernando Veloso, é que faça uma reflexão sobre os procedimentos de gestão das instituições públicas, sobre a pobreza, a corrupção, o HIV/SIDA e outros problemas que enfermam Moçambique, dentro de uma perspectiva holística e estrutural. Deve aprender a ter uma abordagem histórico-dialética e imparcial dos factos, e não procurar bodes expiatórios.

Ps. Exijo que o autor do editorial peça desculpas públicas ao povo moçambicano, sob o risco de propor um abaixo-assinado contra o mesmo.

1 comentário:

Unknown disse...

1- a frelimo nao e o povo de mocambique. e so um grupo de opiniao e de armas na mao.
2-o povo de mocambique nao pode tolerar espoliacao por parte de qualquer grupo ...mesmo mocambicano.
3-os problemas estruturais de mocambique so serao resolvidos com a ajuda do povo inteiro e nao parte ou grupo.
4-aproveitar do momento politico e sempre destinado a poucos ums
5-perspectiva de honestidade e grandeza humana nao passa por partido e muito menos por igrejas....passa pelo coracao dos mocambicanos...
6-ameacas sao so os fracos que as usam.
7-este comentario vem de um mocambicano que nao voltou ao pais desde 1973...por causa do acima descrito....