quarta-feira, 22 de julho de 2009

Expansão do Ensino Superior

Tenho assistido a debates apaixonados em torno da expansão do ensino superior pelo país.

Sinto que, mais do que estarem preocupados com a qualidade do ensino, muitos bloguistas estão a fazer aquilo que Frank Parkin apelidou de fechamento social por exclusão, que consiste em haver uma monopolização de acesso a recursos e oportunidades por parte de determinados grupos, que exclui todos os outros grupos de acederem a estes recursos e oportunidades.

Os diplomas do ensino superior constituem uma das principais condições para que os privilégios e a dominação de classes sejam legalmente assegurados, e as classes dominantes têm a consciência que com a liberalização do ensino superior as suas posições de liderança poderão ser usurpadas.

Sinto, nos debates que tenho sobre esta matéria, que muitos temem a expansão do ensino superior por causa da concorrência profissional. O discurso é: “se for único Arquitecto em Nampula, a procura pelos meus serviços estará em altas e consequentemente cobrarei um preço elevado por eles. Se formos 1.000 Arquitectos, provavelmente a oferta será superior a procura e o preço a cobrar pelos nossos serviços serão baixo. “Maldita lei da oferta e procura.”

Aliás, esse tem sido o papel das ordens. Elas procuram dificultar, ao máximo, o acesso as suas profissões.

Alguns alicerçam-se na falta de emprego para tantos quadros com formação superior. Para mim a questão do emprego é um falso debate, porque o país ainda tem um défice muito elevado de quadros com formação superior. O grande problema é que todos querem trabalhar nas grandes cidades.

Assisti a debates que induzia-nos a pensar que colocar um PHD em Agricultura em Gurué era marginalizá-lo. Em minha modesta opinião, o país sairá a ganhar no dia em que tivermos vários PHDs, Doutores, Mestres e Licenciados espalhados pelo país. Sugiro que primeiro produzamos a quantidade para depois retirarmos a qualidade.

Sou a favor da expansão responsável do ensino superior, sinto que é da quantidade que poderemos retirar a qualidade. Recordo-me que a maior parte dos professores da UEM eram licenciados e hoje, provavelmente, até os professores assistentes são, no mínimo, mestres.


Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

13 comentários:

Nelson disse...

Caro Nuno, essa é uma forma de ver as coisas e estas no direito de ver as coisas dessa forma. Eu discordo contigo quando dizes por exemplo que as ordens existem para dificultar. Achas mesmo que qualquer um deviam ser advogado por exemplo bastasse ter o curso de direito e desejar exercer advocacia? Vamos duvidar que o ensino básico esta uma calamidade? Pegue um “trabalho de investigação” dum aluno da oitava nona classe e veja quantos erros de diferentes natureza existem. Converse com um estudante de uma dessas nossas faculdades e veja o vazio cultural que transportam? Pergunte-lhe sobre alguma obra literária clássica. Meu irmão, se a expansão do ensino supeior fosse acompanhado com qualidade eu não me importaria, mas infelizmente quanto mais se expande, mais deluida fica a qualidade. Essa história de dizer que há falta de quadros é isso mesmo. Uma história! Falar de distritos é um outra história. No ramo da agricultura por exemplo as direções distritais por razões que não entendem, preferem contratar um técnico médio formado no Instituto Agrário de Chimoio por exemplo, do que contratar um Engenheiro Agrário recem formado da UEM. Talvez falarmos de auto emprego mas ai está outra história. Como começar? Os bancos não dão mola de qualquer maneira. Os sete bis alocados aos distritos seriam uma algo muito bom mas esta provado que não são para todos.

Nunoamorim disse...

Caro Nelson,
Agradeço-te por passares pele meu espaço e bem vindo ao debate.
Volto a insistir que as ordens são instrumento que foram criadas para, entre muitas coisas, limitarem o acesso as suas classes profissionais.
Tenho visto as ordens dos médicos e dos advogados em lutas titânicas para limitação do número de vagas anuais para suas especialidades. Qual é o objectivo dessa limitação? Será que temos assim tantos médicos e juristas?
O debate que surgiu em torno da “bolonhização” do nosso ensino superior era mais por medo da formação em massa que propriamente pela qualidade do ensino.

Concordo consigo quando dizes que o ensino básico está uma calamidade. Presumo que seja o resultado da implementação do novo currículo e má percepção do sistema das passagens automáticas.
A semelhança do FIIL, acho que o governo poderia ter explicado melhor aos professores, antes da sua implentação, o que se pretendia com o novo currículo e com as passagens automáticas.
No entanto, volto a insistir que é da quantidade que iremos retirar alguma qualidade.

Discordo quando dizes que as direcções distritais preferem contratar técnicos do IAC a recém formados da UEM. Eu vejo as coisas noutro prisma. São os recém formados da UEM e outras instituições que não querem ir aos distritos. Nos saímos das universidades com ambição imediata de viver na Sommarschiel, Polana, Macuti, Palmeira, Muhahivire, Parque, ou seja, bairros de luxo das grandes cidades. Antes de consumir experiência necessária queremos salários em divisas. Procure aferir os objectivos imediatos dum recém formado ou finalista.
Neste capítulo tenho que felicitar e elogiar a classe dos médicos. Para mim, esses são verdadeiros heróis. Soube recentemente que a Província de Nampula tinha médico em cada um dos seus 23 distritos, isso é salutar. Provavelmente seja o resultado do programa férias desenvolvendo os distritos.

Meu irmão,
Para finalizar, ainda não vi nenhum grupo de técnicos com formação superior residindo num distrito a reclamarem pelo financiamento dos sete bis. Provavelmente, pela capacidade de argumentação e conhecimentos técnicos, os membros dos conselhos consultivos não teriam como recusar um projecto elaborado por dois ou três técnicos com formação superior.

Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Nelson disse...

Caro Nuno, deixa-me “voltar a carga” em torno de algumas questões. Para evitar “ir longe demais” vou transcrever algumas passagens de teu ultimo comente antes de desenvolver minhas posições, só para me orientar.
“Volto a insistir que as ordens são instrumento que foram criadas para, entre muitas coisas, limitarem o acesso as suas classes profissionais”

Eu parto do princípio que as ordens profissionais existem bem antes dessa desenfreada “dumbanenguização” do ensino superior para voltar a discordar contigo que elas existem para dificultar seja lá oque for. É que se eu seguir o teu raciocínio acabarei pensando que os exames de admissão ao ensino superior foram criados para dificultar o ingresso às universidades, infelizmente há quem pense assim mas eu acredito que na verdade eles existem para guarantir o mínimo de qualidade dos que ingressam ao ensino superior. Eu acredito que existem critérios para ingressar às ordens profissionais e quem reune os requisitos acaba ingressando.
“O debate que surgiu em torno da “bolonhização” do nosso ensino superior era mais por medo da formação em massa que propriamente pela qualidade do ensino”
Formação em massa é quanto a mim “sinónimo” de mã qualidade. Se apostamos em formação em massa estamos meramente preocupados com os números, estatísticas que são boa coisa para os doadores. No fim do dia temos sim senhor mais 1500 novos licenciados em várias àreas mas quem está interessado em contratar um engenheiro cheio de lacunas? No fim do dia temos a taxa de analfabetismo baixa mas quão alfabetizados estão essses novos concidadãos que deixaram de ser analfabetos? Para mim a formação em massa vai de mãos dadas com a péssima qualidade dos formados.
Agora temos em termos de formação de prefessores aquilo que se chama (12+1) décima segunda mais um. Se a sua décima segunda já é sobejamente deficiente, que tipo de professor teremos ao cabo de 10 mêses?

”Concordo consigo quando dizes que o ensino básico está uma calamidade”
Concordares comigo que o ensino básico está uma calamidade e discordares que o superior também o é me soa um grande contradição. Não vou aqui discutir as razões por detras dessa tragédia que é o ensino básico, mas vou discordar contigo quando dizes que “é da quantidade que iremos retirar alguma qualidade” Não vamos gastar os recursos que já nos são excassos para investir em mediocridade(quantidade) para depois andarmos com lupa na mão a procura de qualidade. É possivel termos qualidade sem necessariamente termos quantidade. Deve ser por isso que os filhos dos nossos governantes andam estudando lá fora.

Nelson disse...

(II)”Discordo quando dizes que as direcções distritais preferem contratar técnicos do IAC a recém formados da UEM”
Quando falei da preferência dos técnicos médios agrários em detrimento dos técnicos superiores pode ter sido uma generalização mas fi-lo com base em informações reais do distrito de Cheringoma. Alegando razões financeiras os “chefões” da DDA achavam que com o salário de um licenciado em agronomia, podiam pagar 3 técnicos médios que lhes fariam um bom serviço.
Saimos das universidades e as vagas que existem disponíveis exigem quadros com experiência de 3 a 4 anos. Assim que te escrevo estão estagiando cá no Parque Nacional de Gorongosa, finalistas da ESHT( Escola Superior de Hotelaria e Turismo). São jovens entusiasmado disposto a pôr em prática oque aprenderam, mas estão conscientes das dificuldades que enfrentarão no mercado de emprego. Ao elogiares a classe dos médicos que fique claro que os Serviços Distritais de Saúde tem tido a obrigação de criar as condições “mínimas” antes que lhe seja alocado um médico.

“Para finalizar, ainda não vi nenhum grupo de técnicos com formação superior residindo num distrito a reclamarem pelo financiamento dos sete bis. Provavelmente, pela capacidade de argumentação e conhecimentos técnicos, os membros dos conselhos consultivos não teriam como recusar um projecto elaborado por dois ou três técnicos com formação superior.”
As tantas reclamações populares que nos chegaram um pouco por toda parte desse nosso Moçambique durante a última ronda da presidência aberta do PR deixaram bem claro que não existe nenhum critério técnico para a atribuição do FIIL. Um projecto bem elaborado possivelmente por “grupo de técnicos com formação superior residindo num distrito” não teria financiamento pelo simples facto de ter sido bem elaborado, pois como ouvimos os nossos concidadão a reclamarem diante do Presidente da República, muitos outros condicionalismos são levados em conta pelos conselhos consultivos.

Nunoamorim disse...

Caro Nelson,
A blogosfera é um espaço interessante porque permite essa troca de ideias. Acredito que através de debates como esse poderei ficar um pouco mais esclarecido em relação a muitos assuntos do panorama socio-politico nacional.

Seguindo a metodologia por si proposta, vou transcrevendo algumas das tuas passagens.

“Eu parto do princípio que as ordens profissionais existem bem antes dessa desenfreada “dumbanenguização” do ensino superior para voltar a discordar contigo que elas existem para dificultar seja lá o que for”.

Antes de mais, importa definir o conceito ordens profissionais...As ordens profissionais são associações de carácter privado e que, na essência, visam a defesa dos interesses, no sentido mais amplo, dos seus representantes, impondo, a cada um deles, um conjunto de regras formais e deontológicas sobre o exercício das profissões que cada uma representa. CONSTITUEM-SE, DESSE MODO, COMO UM CONJUNTO DE ORGANISMOS FECHADOS SOBRE SI MESMOS E CORPORATIVISTAS, de definição e regulamentação do exercício das profissões que desempenham E DE DISCRIMINAÇÃO EM RELAÇÃO A QUAISQUER ACTIVIDADES SUPOSTAMENTE CONCORRENCIAIS. As ordens profissionais têm, portanto, ainda que de forma dissimulada, uma acção de controlo sobre o mercado de trabalho, controlo esse que pode variar consoante as circunstâncias e o tempo: por um lado, as ordens acreditam e regulamentam ou tentam regulamentar a formação que é ministrada nas instituições escolares que garantem a aprendizagem das profissões que representam; por outro, AS ORDENS FAZEM "BALANÇAR" AS EXIGÊNCIAS DE ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO CONSOANTE SITUAÇÕES CONJUNTURAIS E EXCESSO OU FALTA DE PROFISSIONAIS QUE REPRESENTAM. Pode, a título de exemplo, falar-se do acesso à profissão de advogado, que depende, após a licenciatura em Direito (numa instituição de ensino que a Ordem dos Advogados reconheça), da frequência e respectiva aprovação de um estágio promovido pela Ordem, cujo acesso ou conclusão pode ser mais ou menos dificultado pela existência de restrições ao acesso, ou pelo alongamento do tempo de formação em estágio, entre outros mecanismos selectivos. Há, portanto, uma capacidade de controlo de acesso ao mercado de trabalho, O QUE FAZ DAS ORDENS PROFISSIONAIS INSTITUIÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO. É evidente que as ordens profissionais, por representarem profissões que exigem um elevado grau de preparação educacional e de especialização, cultivam e defendem um ethos associativo que se traduz num conjunto de valores, normas, atitudes e aspirações de carreira em cada uma das profissões que representam. Pela expressão social que têm as profissões que cada uma das ordens profissionais congrega e, por outro lado, pela importância vital que o exercício dessas profissões tem para a sociedade global, as ordens constituem importantes grupos de pressão em relação ao poder político, muito embora, legalmente, não lhes esteja cometido qualquer direito reivindicativo, tal como acontece em relação ao direito sindical de decretar a greve.

Caro Nelson,
Como podes ver a essência das ordens é descriminar para defender interesses corporativistas. Mais do que interessados na qualidade de ensino, as ordens estão preocupados em controlar os mercados de trabalho.

Nunoamorim disse...

Meu caro, discordo quando dizes que a formação em massa é sinónimo de má qualidade. Eu acho que se aproveitaram e continuamos a aproveitar muitos quadros da geração 8 de Março. O programa 8 de Março tem mesmo principio que o 12+1.

“Deve ser por isso que os filhos dos nossos governantes andam estudando lá fora.”
Eu não gostaria de entrar nesse debate, acho que estaríamos a discutir aspectos subjectivos.
Acredito que nos, (Amorim e Nelson), temos exemplos de filhos de dirigentes que estudaram em Moçambique e filhos de pessoas anónimas que estudaram na Europa ou outros continentes.

“Quando falei da preferência dos técnicos médios agrários em detrimento dos técnicos superiores pode ter sido uma generalização mas fi-lo com base em informações reais do distrito de Cheringoma. Alegando razões financeiras os “chefões” da DDA achavam que com o salário de um licenciado em agronomia, podiam pagar 3 técnicos médios que lhes fariam um bom serviço.”
Concordamos que não se pode generalizar caso particulares, sem que a amostra siga todos critérios da representatividade.
Sabes que não é fácil mudar todas mentes em 5 anos. Os “chefões” dos distritos não estavam habituados a ter técnicos com formação superior...muitos tinham e têm receio de serem substituídos...ouvi muitos relatos vindo de jovens que participaram nas férias desenvolvendo os distritos...muitos Administradores e Directores distritais pensavam que os jovens iam substitui-los...aí foi necessário definir técnico superior do estado e técnico com formação superior, a situação ficou normalizada. O caso de Cheringoma pode ser de mais um daqueles DD que têm medo da substituição.

“Saimos das universidades e as vagas que existem disponíveis exigem quadros com experiência de 3 a 4 anos.”
É uma questão recorrente quando debatemos a questão do emprego. Os anos de experiência são solicitados quando a pessoa concorre para posições de grande responsabilidade e que exige domínio profundo de conhecimento cientificos. Os concursos para preenchimento de vagas no aparelho do estado dificilmente pedem anos de experiência.

“As tantas reclamações populares que nos chegaram um pouco por toda parte desse nosso Moçambique durante a última ronda da presidência aberta do PR deixaram bem claro que não existe nenhum critério técnico para a atribuição do FIIL.”
Felizmente que fazes alusão a esse aspecto. Das tantas reclamações populares não vi nenhuma que tenha sido feita por um técnico com formação superior.
Se existem ou não critério para atribuição do FIIL é um debate que não quero entrar neste momento, mais que poderemos iniciar brevemente caso aches pertinente.

Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Anónimo disse...

É dificil ver o Nuno Amorim a debater assuntos que não seja a politica.
Fiquei agradavelmente surpreendido com o debate que estão a realizar.
Os argumentos e contra-argumentos dos dois são bastantes bons e suficientes para produzir um manual que poderá ser útil ao governo.

Juvenal

Nelson Livingston disse...

"Os argumentos e contra-argumentos dos dois são bastantes bons e suficientes para produzir um manual que poderá ser útil ao governo"

Juvenal voce me tira do serio rapaz!!!!
Espero voltar ao debate assim que poder. provavelmente amanha a noite. Parto a Chimoio amanha demanha e devo estar de volta antes das 15. Quero desde ja desejar a todos que passarem por aqui e ao Nuno em especial, um excelente final de semana.

Nunoamorim disse...

Obrigado e igual para si.
Nuno Amorim

Nelson disse...

Voltei. Só agora posso retomar o debate. Não pude ir à Chimoio “num pé e voltar noutro” como eu queria. A cidade estava agitada e como. Os vencedores da última edição dos escolares estavam desfilando exibindo os canecões e as medalhas pelas ruas.
Vou começar por lhe agradecer pela definição (exaustiva) que apresentaste embora que as passagens sublinhadas me tenham levado à conclusão que o objectivo de apresentar essa definição era simplesmente fortalecer a tese de que elas existem para “dificultar”.
Sempre que entro num debate me esforço a não perder-se como aqui corro risco.
Da tua postagem conclui que defendes a expansão do ensino superior “a todo custo”. VAMOS PRODUZIR QUANTIDADE PARA DEPOIS TIRARMOS QUALIDADE. Conclui também que “acusas” os que estão preocupados com a qualidade do ensino superior de não estarem genuinamente preocupados com a qualidade mas sim com “medo” que se formem mais quadros nas suas actuais áreas e que a concorência ponha em causa os seus postos de trabalho.
Insisto que estas na liberdade de pensares assim por isso deixo duas questões:
I. Achas satisfatório( desejável) o actual nível de qualidade do ensino superior? Tome em consideração a tragédia que é o ensino básico e secundário.
II. Fazendo uma leitura ao longo do tempo, achas que a situação tende a melhorar ou piorar?
Caro Nuno, comparar com igualdade o programa 8 de Março e o actual 12+1 é quanto a mim uma infelicidade e pois é fugir da realidade. Eu falei no meu comentário anterior que mais do que curta duração o problema está no facto dos “meninos” que entram para o programa 12+1 terem chegado lá com muitas lacunas. Essa é para mim a maior diferença entre 8 de Março e 12+1.
“Se existem ou não critério para atribuição do FIIL é um debate que não quero entrar neste momento, mais que poderemos iniciar brevemente caso aches pertinente.”
“Deve ser por isso que os filhos dos nossos governantes andam estudando lá fora.”
Eu não gostaria de entrar nesse debate, acho que estaríamos a discutir aspectos subjectivos.”
Não vou lhe forçar em questões que não esteja “interessado” apesar de me parecerem pertinentes.
Pode ser que hajam critérios para atribução dos 7 bis mas as recentes reclamações provam que eles(os critérios) não estão sendo observados. Usar o facto de “não termos visto um quadro superior a reclamar” como argumento de que não existem entre os “defraudados” seriam quanto a mim uma autentica infantilidade. Basta acreditar que nem todos que podiam ter dito algo nos comícios de sua excelência tiveram a opurtunidade de fazê-lo.

Nunoamorim disse...

Começo por dar o devido tributo aos meus conterrâneos. Apesar de ter crescido e feito toda a adolescência na beira, nasci e fiz a minha infância na Província de Manica.

Da tua postagem conclui que defendes a expansão do ensino superior “a todo custo”.

Caro amigo,
Não defendo a expansão do ensino superior a todo custo. Simplesmente não defendo a crítica a expansão do ensino superior a todo custo…”acho” que dos formados no ensino básico e médio poderemos retirar, no mínimo, mais de 50% para servirem o país em vários domínios técnicos-cientificos.
Meu caro, sempre “defenderam” que o ensino superior era péssimo, mas os estudantes moçambicanos que fizeram a 12ª em Moçambique eram dos melhores no estrangeiro.

Nelson,
Peço desculpas pela intimidade, mas assumo que depois dos vários debates podemos assumir tal afinidade…achas que a qualidade de ensino dos anteriores “indígenas” é muito superior a do actual sistema nacional de educação?

Para finalizar, acho que era justo antes de qualquer discussão tentar perceber se as reclamações apresentadas em torno do FIIL, durante as presidências abertas, estão dotadas da necessária isenção e objectividades. Ouvi, por exemplo, que em Maua reclamaram porque o administrador não cumprimentou um elemento da população. Será que esse dado é pertinente para analisar o desempenho dum administrador ou se os seus critérios para atribuição do FIIL eram justos?

Caro Nelson,
Estaremos sempre juntos enquanto estivermos a lutar por um Moçambique melhor ou Moçambique para todos. Um Moçambique onde até em Nacala podem ter acesso a ensino superior.

Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Joaqum Macanguisse disse...

Querido Amorim !nao se deve discutir assuntos de uma universidade como se estivessimos a debater problema de chapas .comboio ,etc.
1- Amorim a nossa qualidade de ensino nao nos permite uma aventura para formação de PHDs,com muita certeza esta dificuldade é notavel ao nivel de engenharia.indo aos numeros em electrotecnia apenas existe ( 1 ),eng.civil menos de 6 ,eng mwcanica nao passam 10,eng quimica apenas 8 ( em exercio de docencia )pode ser que haja mais 2 ou 3 fora do controlo,mas no geral os PHD estao na base de dado da UEM.

2-As faculdades de eng da UEM tem disponibilizado vagas para para Doutoramento que se prolonga ate ao nivel de PHD infelizmente as mesmas nao tem dado resultados por um lado porque os nossos candidatos nao passam da barreira(acabam dessistindo,com enfase os que se formaram a nivel de licenciatura em Mocambique) ,por outro alegam uma discontinuidade social a deslocacao para efeito de Doutoramento.

3-o nosso nivel de desenvolvimento em agricultura nao esta de forma alguma preso a existencia ou nao de PHD ,porque o PHD tem uma interveccao mas na perspectiva laboratorial ,investigacao de culturas , alteracoes genetivas com finalidade de passr-se a uma especie ou mais multiplicativa ou mais imune a pragas ,agora me falas de Gurue aonde so a malaria nao tem laboratorio eficaz ,quanto mais um laboratorio genetico !autentica miragem

4-o nivel da nossa agricultura precisa mais de medios ,de perferencia os marginalizados formados em cuba que de alguma forma iriam trazer mais valia na agricultura mecanizada.nos nao estamos com problemas de comportamento das culturas , estamos sim com problemas da mecanizacao agraria , os extensionistas da faculdade de agronomia ,os formados no no IAC estao em boas condicoes de fazer face a isso .

Voce disse que apoia a tactica de primeiro formar ,para depois escolher .Sinceramente Nuno Amorim nas c.exactas e engenharias essa tactica nao vale ,mal formado hje sera mau professional para sempre

Anónimo disse...

este novo sistema de ensino esta mesmo a formar pessoas da sua baixeza.
Alves