segunda-feira, 7 de junho de 2010

QUESTIONANDO A EXISTÊNCIA DE CAMPOS DE TREINO DA AL-QAEDA EM MOÇAMBIQUE

Por Gustavo Mavie

Maputo, 06 Jun (AIM) – Quando li a notícia veiculada em primeira mão
pelo dominical sul-africano “Sunday Times”, sobre a existência de
campos de treino da al-Qaeda em Tete e Nampula, a minha experiência
jornalística impeliu-me a suspeitar que poderia tratar-se de mais uma
notícia forjada, com a única intenção de prejudicar a imagem de um
país que alguém não gosta.

Agora, na posse de mais factos, estou cada vez mais convencido que a
referida notícia é forjada e que visa matar com uma só cajadada, dois
coelhos.

A meu ver, um dos coelhos é associar o nosso país com a grande festa
do futebol mundial que, actualmente, prende a atenção de milhões no
mundo inteiro e assim afectar a boa imagem que o nosso Moçambique
desfruta além fronteiras, por ser um dos poucos que conseguiu se
reerguer do profundo abismo da guerra de desestabilização que havia
sido atirado pelos seus inimigos.


Aliás, não faz sentido que uma Agência de Inteligência de um país que
está à caça da al-Qaeda usando todos os meios existentes no mundo – no
caso vertente EUA – descubra dois campos de treino desta organização,
e não tome medidas para a sua destruição ou eliminação física dos
treinadores e seus formandos, limitando-se apenas à divulgação de uma
notícia sobre a sua alegada descoberta.

.

Assim, pode-se concluir que pelo carácter imperativo com que os EUA se
têm empenhado para eliminar a al-Qaeda no Planeta, se tivesse
detectado a presença de seus campos de treino no nosso país, o
Presidente norte americano Barak Obama teria contactado imediatamente
o seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza, para ter dele “luz verde”
para aniquilar qualquer ameaça do Mundial de Futebol, onde estarão
presentes jogadores e adeptos do mundo inteiro e não apenas de África.

Mas pelo que nos deu a conhecer o nosso Presidente, ele desconhece a
existência dos alegados campos, daí que duvida mesmo dessa descoberta.



O que se pretende com este tipo de notícias, é apagar esta boa imagem
fruto dos nossos esforços para resgatar a paz, nosso empenho na
reconciliação e reconstrução do nosso país.


Assim dito, se a NEFA tivesse detectado os referidos campos em
Moçambique, ela própria e o governo de Washington teriam informado
imediatamente as autoridades moçambicanas e sul-africanas, bem como a
FIFA e a Polícia Internacional (Interpol).

Mas pelo que foi dito pelos governos dos dois países, não se fez nada disso.

Associando os factos, e em função da lógica da segurança mundial,
sinto-me impelido a dizer que essa Fundação norte-americana não
detectou nenhum campo de treino da al-Qaeda em Moçambique, e que se
houver algum ataque terrorista contra o Mundial, certamente que não
terá nada a ver com pessoas treinadas no nosso país.

.....E A FALTA DE EVIDÊNCIAS À ACUSAÇÃO DE OBAMA CONTRA BACHIR E O SEU GRUPO MBS

Outra revelação eivada de um cariz infundado, ou pelo menos que não se
apoia em evidências credíveis, é a acusação que os EUA fazem contra o
empresário moçambicano Mohamad Bachir Sulemane, cujas iniciais MBS dão
nome ao conglomerado dos seus negócios.

Para mim, esta acusação peca por não se valer de provas, o que evoca
aquilo que os EUA fizeram contra o agora enforcado Saddam Hussein, a
quem acusaram então de ser um barão de armas de destruição em massa.

A semelhança de Saddam Hussein, Washington limita-se a acusar o
empresário moçambicano de ser um barão de droga, uma acusação que
carece de provas, do mesmo modo que nunca apresentaram provas contra o
líder iraquiano.



Para o seu bem, aconselho Obama a não acreditar cegamente nos
relatórios que lhe são enviados pelos seus agentes diplomáticos em
Maputo, porque alguns deles já provaram que têm muita dose de
“Jetismo”, e que passam o seu tempo a forjar relatórios que não
reflectem a realidade.

Caso não apresente provas, será visto como tendo metido o pé na mesma poça em
que meteu o seu antecessor, por ter acusado Saddam Hussein de possuir
armas de destruição em massa, e daí desencadear uma terrível que
acabou matando muitos iraquianos também inocentes, antes de orquestrar
um julgamento fictício que o condenou a um enforcamento televisionado
por um crime que os próprios EUA viriam a reconhecer mais tarde que
não tinha cometido.
(AIM)

Ps. Espero que aqueles compatritas que andam a defender o ocidente em detrimento do seu próprio pais, muitos deles trabalhando em instituições ligadas ao ocidente e outros estudando no ocidente, e de la lançam farpas para seu próprio pais, venham ripostar este artigo com argumentos convincentes.

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