quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sorry, Mr. President!

“Nós somos a favor de uma punição severa a todos os barões de droga, mas não somos irresponsáveis para aplaudir uma irresponsabilidade de sentenciar pessoas que nunca foram julgadas, nunca foram ouvidas, nunca os seus respectivos governos foram convidados a colaborar na investigação. Jamais, faremos isso.

Aliás, anualmente, o próprio Departamento de Tesouro americano retira da lista dos barões de droga vários cidadãos estrangeiros, que lá constavam por erro dos próprios investigadores americano.
Em 2008, foram retirados da lista de barões de droga 141 nomes de individualidades estrangeiras. Em 2009, foram retirados 60 nomes, de acordo com o site:www.treas.gov/offices/enforcment/ofac/actions ou www.treas.gov/offices/enforcementlofac/reports/narco.

Quer dizer, elabora-se uma lista de indivíduos estrangeiros a quem se apelida de barõe de droga, seguindo critérios estritamente americanos. Os mencionados ficam arruinados na sua reputação, os seus negócios vão todos à falência. Eles reagem, escrevendo ao Tesouro americano a solicitar evidências. Depois de muita troca de correspondência, que pode levar anos, as autoridades americanas chegam à conclusão de que não possuem evidências e que o nome da pessoa foi lá metido por erro de investigação e...acabou-se!!
Sorry,Mr.President,butyouseemverywrong” Editorial do Magazine Independente de 09.06.2010

Ps. O Moyana traduziu, a letra, aquelas que eram as minhas principais ideias:
1. Sou pela punição severa de todos barões da droga.
2. No entanto, não se pode cometer a irresponsabilidade de acusar pessoas sem mostrar as provas ou dar-lhe oportunidade para se defenderem.
3. Os EUA trataram este caso duma forma leviana.
4. Se provarem que o nome do Bachir foi erradamente colocado nessa lista, ninguém irá indemnizá-lo pelos danos causados a sua imagem e aos seus negócios.
5. Os nossos analistas esqueceram-se do artigo 51 da Constituição da República que estabelece que "os arguidos gozam de presunção de inocência até decisão judicial definitiva".

segunda-feira, 7 de junho de 2010

QUESTIONANDO A EXISTÊNCIA DE CAMPOS DE TREINO DA AL-QAEDA EM MOÇAMBIQUE

Por Gustavo Mavie

Maputo, 06 Jun (AIM) – Quando li a notícia veiculada em primeira mão
pelo dominical sul-africano “Sunday Times”, sobre a existência de
campos de treino da al-Qaeda em Tete e Nampula, a minha experiência
jornalística impeliu-me a suspeitar que poderia tratar-se de mais uma
notícia forjada, com a única intenção de prejudicar a imagem de um
país que alguém não gosta.

Agora, na posse de mais factos, estou cada vez mais convencido que a
referida notícia é forjada e que visa matar com uma só cajadada, dois
coelhos.

A meu ver, um dos coelhos é associar o nosso país com a grande festa
do futebol mundial que, actualmente, prende a atenção de milhões no
mundo inteiro e assim afectar a boa imagem que o nosso Moçambique
desfruta além fronteiras, por ser um dos poucos que conseguiu se
reerguer do profundo abismo da guerra de desestabilização que havia
sido atirado pelos seus inimigos.


Aliás, não faz sentido que uma Agência de Inteligência de um país que
está à caça da al-Qaeda usando todos os meios existentes no mundo – no
caso vertente EUA – descubra dois campos de treino desta organização,
e não tome medidas para a sua destruição ou eliminação física dos
treinadores e seus formandos, limitando-se apenas à divulgação de uma
notícia sobre a sua alegada descoberta.

.

Assim, pode-se concluir que pelo carácter imperativo com que os EUA se
têm empenhado para eliminar a al-Qaeda no Planeta, se tivesse
detectado a presença de seus campos de treino no nosso país, o
Presidente norte americano Barak Obama teria contactado imediatamente
o seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza, para ter dele “luz verde”
para aniquilar qualquer ameaça do Mundial de Futebol, onde estarão
presentes jogadores e adeptos do mundo inteiro e não apenas de África.

Mas pelo que nos deu a conhecer o nosso Presidente, ele desconhece a
existência dos alegados campos, daí que duvida mesmo dessa descoberta.



O que se pretende com este tipo de notícias, é apagar esta boa imagem
fruto dos nossos esforços para resgatar a paz, nosso empenho na
reconciliação e reconstrução do nosso país.


Assim dito, se a NEFA tivesse detectado os referidos campos em
Moçambique, ela própria e o governo de Washington teriam informado
imediatamente as autoridades moçambicanas e sul-africanas, bem como a
FIFA e a Polícia Internacional (Interpol).

Mas pelo que foi dito pelos governos dos dois países, não se fez nada disso.

Associando os factos, e em função da lógica da segurança mundial,
sinto-me impelido a dizer que essa Fundação norte-americana não
detectou nenhum campo de treino da al-Qaeda em Moçambique, e que se
houver algum ataque terrorista contra o Mundial, certamente que não
terá nada a ver com pessoas treinadas no nosso país.

.....E A FALTA DE EVIDÊNCIAS À ACUSAÇÃO DE OBAMA CONTRA BACHIR E O SEU GRUPO MBS

Outra revelação eivada de um cariz infundado, ou pelo menos que não se
apoia em evidências credíveis, é a acusação que os EUA fazem contra o
empresário moçambicano Mohamad Bachir Sulemane, cujas iniciais MBS dão
nome ao conglomerado dos seus negócios.

Para mim, esta acusação peca por não se valer de provas, o que evoca
aquilo que os EUA fizeram contra o agora enforcado Saddam Hussein, a
quem acusaram então de ser um barão de armas de destruição em massa.

A semelhança de Saddam Hussein, Washington limita-se a acusar o
empresário moçambicano de ser um barão de droga, uma acusação que
carece de provas, do mesmo modo que nunca apresentaram provas contra o
líder iraquiano.



Para o seu bem, aconselho Obama a não acreditar cegamente nos
relatórios que lhe são enviados pelos seus agentes diplomáticos em
Maputo, porque alguns deles já provaram que têm muita dose de
“Jetismo”, e que passam o seu tempo a forjar relatórios que não
reflectem a realidade.

Caso não apresente provas, será visto como tendo metido o pé na mesma poça em
que meteu o seu antecessor, por ter acusado Saddam Hussein de possuir
armas de destruição em massa, e daí desencadear uma terrível que
acabou matando muitos iraquianos também inocentes, antes de orquestrar
um julgamento fictício que o condenou a um enforcamento televisionado
por um crime que os próprios EUA viriam a reconhecer mais tarde que
não tinha cometido.
(AIM)

Ps. Espero que aqueles compatritas que andam a defender o ocidente em detrimento do seu próprio pais, muitos deles trabalhando em instituições ligadas ao ocidente e outros estudando no ocidente, e de la lançam farpas para seu próprio pais, venham ripostar este artigo com argumentos convincentes.

GOVERNO ESTÁ A INVESTIGAR O CASO BACHIR

Se a PGR, MINE e o José Pacheco disseram que nunca tinham sido comunicados, então urge perguntar: que pessoas importantes do governo foram comunicadas sobre as acusações contra Bachir?
Não será uma fuga para frente do Bradford?

GOVERNO ESTÁ INVESTIGAR CASO BACHIR
Enviada:4 de Jun, 2010

Maputo, 04 JUN (AIM) – O Governo moçambicano diz estar a trabalhar no sentido de esclarecer o caso do empresário Mohamed Bachir Suleman, que esta semana foi apontado pelos Estados Unidos da América (EUA) como barão da droga estrangeiro.

“Os órgãos estão a trabalhar para podermos esclarecer este caso em tempo útil”, disse hoje, em Maputo, o Ministro moçambicano do Interior, José Pacheco, quando solicitado pela imprensa para reagir este caso.

O nome do empresário moçambicano foi colocado na lista dos barões de droga na passada Terça-feira pelos EUA que também impuseram sanções que, entre outras, implicam o congelamento dos seus bens em território norte-americano.

Igualmente, os EUA proibiram as instituições e cidadãos norte-americanos de manter qualquer contacto com Bachir, presidente do Grupo MBS.

No seu contacto com a imprensa, o Ministro do Interior disse que o Governo moçambicano nunca foi notificado pelas autoridades norte-americanas para poder colaborar sobre este caso.

Por outro lado, Pacheco disse que, ao nível do país, Mohamed Bachir tem uma ficha criminal limpa.

“É uma preocupação que este caso seja esclarecido o mais rápido possível”, garantiu o governante.

Ainda hoje, fonte da Procuradoria-geral da República (PGR) foi citada afirmando ser cedo demais para se pronunciar em relação às acusações do Governo norte-americano.

Contudo, segundo fonte da PGR citada pelo matutino “Noticias”, caso o trabalho em curso de recolha de dados esteja concluído, Mohamed Bachir Suleman será notificado a fim de prestar declarações.

Ainda nesta Sexta-feira, o vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, disse que o assunto sobre Bachir Seleman estava a seguir os trâmites legais e que o Governo está disposto a colaborar (com as autoridades norte-americanas) no que for necessário.
(AIM)